Caminha: Miguel Alves
A situação política cá por Caminha inscreve-se naturalmente no mesmo clima sombrio que sufoca o país. Mas mesmo assim não deixou de ser para Miguel Alves tarefa ingrata remover o PSD da direcção da municipalidade. As suas qualidades enquanto agente eleitoral - afável, bom comunicador, inteligente, dinâmico -, transpareceram lá por onde marcou presença e foi cativando ouvintes e eleitores. E assim neutralizou anos e anos de baixas políticas populistas, nefastamente esbanjadoras de riqueza. Verbas invariavelmente malbaratadas em obras de incerta ou nula utilidade pública e em medíocres e repetidas festarolas. No topo da autarquia tivemos assim um infecto instinto eleiçoeiro da pior espécie. Que os caminhenses suportamos durante três longos e indigestos mandatos.
Esperemos agora que Miguel Alves saiba romper com as práticas que durante esses tempos obscuros aviltaram no concelho o nome da democracia. E que saiba, em sintonia com a sensibilidade e os valores locais, ousadamente inovar e gerir os destinos caminhenses com efectiva transparência e desejo de diálogo continuado com os cidadãos.