Oportunistas

Muitos oportunistas, orientando-se pelo pior manobrismo partidário e ambição pessoal, vão pedir certamente a convocação a breve trecho de eleições. Golpe mortal para a pobre pátria que durante décadas de políticas populistas, em todos os quadrantes partidários, fabricaram uma democracia corrupta e gastadora para além de todos os limites da sensatez e da decência cívico-democrática. Pondo pois em risco, por esse ínvio motivo de grupo a própria sobrevivência da estrutura formalmente democrática em que vivemos. E  obviamente, em semelhante circunstância, com os credores fartos de pedincha e o país em saldo e deriva populista de tendência autoritário-anarquista a optar, em pânico e descontroladamente, pelo incumprimento da dívida. E, por isso, de modo expedito ejectado da Europa do euro. Um país levando assim a miséria extrema em particular aquela faixa de cidadãos que hoje enfrenta já dramáticas e iníquas existências.

Obviamente, é com partidos e uma decente democracia representativa, isto é, construída sobre uma sólida estrutura de representantes dos eleitores sempre enquadrados por uma complexa herarquia de responsabilidades e controlos internos a cada um, que precisamos de inventar. No quadro, por conseguinte, de uma filtragem transparente e regulamentada de tudo e de todos. E todos estes partidos absolutamente abertos à participação - e concurrência plena - de quem neles quiser integrar-se. Ou seja, impõe-se abri-los à sociedade, libertá-los do espírito e das práticas sectárias. Transformá-los de seitas fechadas em estruturas credíveis. E paralelamentee afastá-los dos lóbis tenebrosos e poderosíssimos que os têm sob tutela. A nível do Estado como no plano municipal.

Ou seja ainda, impõ-se ao povo como tarefa, ingente tarefa, erradicar as máfias bancárias e seus paraísos fiscais, as máfias de juristas da alta roda do poder, as máfias maçónicas, inter e intrapartidárias. As máfias instaladas no sistema de justiça do tipo daquelas que cobriram os golpes e ilegalidades do condottieri j. Sócrates. A nebulosa das máfias de empreiteiros pouco honestos de âmbito regional e local. E agora, todas ainda, incólumes, virando depressa a casaca e continuando a mover-se nesses mesmos círculos e corredores dos poderes. A tentarem manter, de harmonia táctica com os restantes mafiosos actores, a sua excepcionalidade legal ou influência, no plano geral e ao nível autárquico. E assim, em uníssono, qualquer que seja o destino do nosso martirizado país, a expurgá-lo das suas energias cívicas e a pilhar a sua parca e periclitante riqueza.