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10 janvier 2021

Capitólio

A 6 de Janeiro, em directo, via TV, assistiu o mundo, estupefacto, ao mais inacreditável espectáculo político deste novo século: o assalto do Capitólio em Washington, a capital dos Estados Unidos da América do Norte. Ou seja, o assalto do tmplo da democracia norte-americana, a sede do poder legislativo onde se reunem os diferentes representantes do seu povo. Infausto sucesso prepretado por uma horda hululante de partidários do actual Presidente e por este mesmo instigado senão orquestrado. Um delituoso e ubuesco presidente cujo termo de mandato fica registado neste episódio tingido de sangue e de uma criminosa insânia.

 

 

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5 janvier 2021

Mineração a céu aberto: uma selvajaria

A imagem pode conter: texto que diz ""As comunidades envolventes às minas estão, sujeitas aos efeitos do ruído das máquinas, rebentamentos e consequentes vibrações do solo, emissões de gases e poeiras, contaminação dos solos e das águas superficiais e subterrâneas que impedem a prática da agricultura e das regas, além das águas de consumo humano ficarem contaminadas.""

5 janvier 2021

Mineração a céu aberto: uma selvajaria

A imagem pode conter: texto que diz ""As comunidades envolventes às minas estão, sujeitas aos efeitos do ruído das máquinas, rebentamentos e consequentes vibrações do solo, emissões de gases e poeiras, contaminação dos solos e das águas superficiais e subterrâneas que impedem a prática da agricultura e das regas, além das águas de consumo humano ficarem contaminadas.""

1 novembre 2020

Trump or not Trump Bilden or not Bilden usa

Trump or not Trump

Bilden or not Bilden

usa 

12 octobre 2020

José Manuel Fernandes Seguir Publisher e

 

José Manuel Fernandes
Seguir
Publisher e colunista do Observador

"Marcelo é cúmplice de Costa, não tem desculpa /premium

A escolha de José Tavares para presidente do Tribunal de Contas é a prova de que falar de “compadrios, clientelas, corrupções” não vale nada. O que contam são as acções, e essas comprometem o regime.

Estou a colocar o problema de uma forma brutal, mas é de uma forma brutal que ele deve ser colocado.

Vivemos tempos de excepção que e vamos continuar a viver tempos de excepção. Nos últimos meses vimos serem-nos impostos inúmeros “diplomas legais que parecem ter sido elaborados de cabeça perdida, sem ponderação e sentido das proporções”, muitos dos quais limitam sem justificação as nossas liberdades e desprezam as nossas garantias. Já me insurgi várias vezes contra isso e sempre lamentei que quando o Governo dizia mata, quase sempre o Presidente acrescentava esfola. O medo da doença parecia justificar tudo.

Agora é a “bazuca” europeia que também justifica tudo – ou que dizem que justifica tudo. No fim-de-semana Marcelo já tinha pisado mais uma linha vermelha, ao promulgar uma lei que permite a um Estado que nem sabe que imóveis possui expropriar à vontade o que não é dele, tudo em nome da pressa que há em gastar o dinheiro que aí vem. A mesma pressa que leva o Governo a pretender modificar as regras da contratação pública, de forma a quase acabar com os concursos públicos, abrindo caminho a um verdadeiro assalto aos dinheiros europeus.

A tudo isto eu vinha assistindo e via com desgosto como Marcelo Rebelo de Sousa fazia mais vezes coro com António Costa do que indicava serem necessários outros cuidados. É certo que, no discurso do 5 de Outubro ainda lá incluiu o inevitável e indispensável alerta, ao sublinhar a necessidade de trabalharmos “sempre em conformidade com a ética republicana, que repudia compadrios, clientelas, corrupções”, mas nessa altura já estávamos todos alerta. Nessa altura já sabíamos que António Costa tinha despedido pelo telefone Vítor Caldeira.

Texto de JM Fernandes no Observador: :

Porquê meu deus? Vítor Caldeira exerceu três mandatos como presidente do Tribunal de Contas europeu, dificilmente poderíamos ter alguém mais qualificado numa altura em que há que zelar pela boa aplicação dos dinheiros que virão da Europa. E antes de Vítor Caldeira todos os presidentes do Tribunal de Contas foram sempre reconduzidos e só saíram a seu pedido. O cinismo da explicação de Costa – o de que ele e o Presidente entendem que naqueles lugares só se deve exercer um mandato –, nunca antes claramente explicitado, não cola nem tinha de ser assumido pelo Presidente, pois não era um compromisso público.

O que cola, o que não nos sai da cabeça a todos, é que Vítor Caldeira estava a ser um presidente do TdC incómodo para o Governo e para o PS, e já se sabe que “quem se mete com o PS, leva”.

E quem é que vai para o lugar de Vítor Caldeira? Pois nada mais, nada menos do que José Tavares, um quadro do Tribunal de Contas, durante muitos anos director-geral mas que fora afastado desse lugar em Fevereiro passado. Uma simples busca na internet permitiria descobrir que ele foi um dos personagens da renegociação das PPP rodoviárias, onde o Estado português foi prejudicado em 3,5 mil milhões de euros. Um processo em que aparece associado a figuras tão sombrias como Paulo Campos, antigo secretário de Estado de José Sócrates, com quem trocou emails usando a sua conta pessoal. O Luís Rosa conta tudo aqui, vale a pena ler.

Ou seja, temos mais uma instituição independente de que o PS afasta alguém incómodo para colocar alguém que, em princípio, lhe será mais próximo – pior, se possível: alguém que carrega consigo suspeições vindas das trevas do socratismo.

Infelizmente os últimos tempos têm sido elucidativos. Ana Mendes de Almeida ficou em primeiro lugar no concurso para a procuradoria europeia, mas tinha cometido o pecado de investigar o famoso caso das “golas inflamáveis”. Seguiu para esse lugar alguém mais próximo da ministra da Justiça. Quando um conjunto de académicos europeus, incluindo Miguel Poiares Maduro, protestaram por Portugal, a Bélgica e a Bulgária terem violado as regras do concurso, a ministra reagiu de forma mal-criada.

Entretanto, o lugar de governador do Banco de Portugal foi ocupado pelo ex-ministro das Finanças, uma passagem directa que também não incomodou o Presidente. O Conselho Independente da RTP, que tem seis membros, já tem três que são assumidamente da área do PS. E todos nos recordamos de como Presidente e primeiro-ministro convergiram no afastamento de Joana Marques Vidal do lugar de procuradora-geral de República depois de anos de trabalho exemplar (revolucionário) de combate à grande corrupção.

Quando para além disto tudo sei que um dos homens chave da equipa de José Sócrates, um dos seus principais conselheiros, é hoje chefe de gabinete de António Costa – falo de Vítor Escária –, então já me cheira mesmo a podre.

Podia continuar, mas acho que por agora chega para demonstrar o meu ponto. Há alguns meses escrevi um artigo, A direita deve pôr água nos pulsos, em que defendi a importância da reeleição de Marcelo com uma votação forte porque o regime necessitava de um “sistema de pesos e contrapesos para que continue minimamente a funcionar”. Isto é, que alguém conseguisse limitar o assalto às instituições independentes, que alguém se opusesse à ocupação de tudo o que é lugar público por gente do PS. No fundo, que era preciso alguém que impedisse o garrote socialista de se apertar ainda mais.

Depois do que agora se passou não posso mais confiar em Marcelo Rebelo de Sousa para desempenhar esse papel. Acabo como comecei: chegou o dia em que a gota de água fez transbordar o copo."

 

E nós, vamos continuar iludidos com uma geringonça que até inclui como parceiro o próprio presidente ? 

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20 septembre 2020

O engenheiro Rui Pinto

Texto retirado do jornal de Viana, Minho digital:

 

" ... Rui Pinto, hacker, como o descrevem, é autodidacta de informática e licenciado em engenharia. É de V.N. de Gaia e, por isso, é o Rui Pinto, pois se fosse de Lisboa seria o Sr. Engenheiro Rui Pinto. Assim – para mim -  este delator e para os criminosos, hacker, fez a intrusão às contas, contabilidade e contractos de certos gorilas, cá e fora, desmascarou alguns e já teve como mérito proporcionar julgamentos de crimes cometidos contra o Estado e contra os bolsos dos contribuintes doutros países.

É evidente que a nossa classe política, as empresas, os bancos e os clubes desportivos querem-no silenciado, preso e assim aconteceu – prenderam-no mais de um ano em Portugal.

 O Sr. Engenheiro Rui Pinto – o tal hacker Rui Pinto – foi notícia em vários países europeus – e não só - como único na informática e na descoberta de crimes por gangsteres do dinheiro dos injustiçados. Razão por que vários advogados e políticos estrangeiros lhe deram valor – pelo seu saber e inteligência - e se ofereceram para o proteger, dar-lhe trabalho informático para denunciar o crime organizado e, ao contrário, viram que Portugal exigiu prendê-lo e julgá-lo como criminoso: será julgado brevemente por não esconder criminosos.

 

Rui Pinto – a quem peço licença para assim tratar tão amistosamente – prestou várias informações a diversos países onde existiam ilegalidades financeiras. Mas teve o cuidado de aferrolhar muitos casos que descobriu. Preso então, pensava o Estado português e a Polícia Judiciária que teriam acesso a todo o gangsterismo descoberto pelo delator. Mas Rui Pinto não tem aspecto de anjola e só ele será capaz de desencriptar, de desencravilhar ou de descriptogramar os seus rígidos discos, uma vez que os serviços informáticos do Estado e da polícia não têm cabedal para chegar aos códigos de acesso. 

Soltam o pirata, o criminoso, e terá de ser julgado pelos seus 90 crimes que Portugal “apontou”. O Ministério Público dividiu-se quanto à liberdade condicional. Uma Procuradora não concordou com a liberdade, “por receio de fuga do criminoso”, o seu superior hierárquico e o Director da Polícia Judiciária concederam a saída da prisão ao pirata. 

Rui Pinto aceitou colaborar com os serviços de Justiça. Já desencravilhou os rígidos discos, dando a conhecer as passwords,  já falou o que tinha de falar e avisou: “colaboro, mas a luta continua”. Desse modo, a viver numa casa-própria da Polícia Judiciária com todas as comodidades, com internet ao dispor e com a segurança permanente por elementos do Corpo de Segurança Especial da PSP – o mesmo Corpo que faz segurança aos presidentes da República, a governantes e magistrados – o pirata, inimigo dos criminosos da finança, aguardará julgamento.      

 Parece não haver dúvidas quanto ao valor e ao trabalho gigante, inteligente e oportuno deste autodidacta de informática. Fala-se que é um elemento desejado em qualquer país. Portugal – com a tacanhez de sempre - vai fazer o julgamento de um cérebro raro que utilizou a inteligência, para que se fizesse justiça contra quem procura viver  da carne e dos ossos dos pobres e esfomeados! Acredito que este julgamento não passará de querer encobrir a vergonha e a frustração da Justiça ou da falta de Leis que protejam esta actividade de delatores. O fim de tal julgamento só pode terminar com “pena suspensa”, por não poder terminar com um “pedido de desculpas” e por uma indemnização (dada) ao julgado.

 

A Polícia Judiciária já declarou querer Rui Pinto para trabalhar nos seus serviços, dando-lhe casa, bom ordenado e segurança à altura da sua situação. Mas está-se mesmo a ver o fim desta vergonha nacional e da ironia que ao outros países vamos provocar nesta nossa pequenez social - o julgamento do hacker português. Está-se mesmo a ver que os políticos deste país vão publicitar a sua generosidade ao julgado; irão testemunhar o seu valor; vão publicitar a indispensabilidade do pirata ao país e não me admiro nada que em Lisboa – não em Gaia – lhe coloquem uma estátua ou o mudem para o Panteão Nacional, caso os criminosos o abafem."

 

(O autor não segue o novo Acordo Ortográfico)

3 avril 2020

Máscaras, pandemia e pirataria

 

Piraterie

Achats sauvages, réquisitions, déroutements : des nouvelles du front dans la guerre des masques

C'est le Far West : ce mercredi 1er avril, le président de la région Grand Est, Jean Rottner, s’alarmait sur RTL que des masques commandés par la France soient rachetés au dernier moment par les Américains, qui ont tardé à prendre des mesures pour enrayer la propagation du coronavirus sur leur territoire, sur le tarmac des aéroports chinois d'où doivent partir les avions de livraison.

"C'est compliqué, on se bat 24 heures sur 24" pour que les masques soient livrés, a-t-il expliqué, faisant part de grandes difficultés : "Moi, j'ai une petite cellule au niveau de la région qui travaille d'arrache-pied pour, avec les commanditaires, pouvoir gagner ces marchés. Et effectivement, sur le tarmac, les Américains sortent le cash et payent trois ou quatre fois les commandes que nous avons faites, donc il faut vraiment se battre. Et moi, j'ai été très heureux de voir arriver cet avion chez nous hier soir."

Le président de la région Paca Renaud Muselier s’est également ému auprès de l’AFP des pratiques américaines : "Un président de région nous a expliqué que sa commande de masques lui avait été piquée sur l'aéroport même, par les Américains, qui ont payé trois fois le prix, en liquide.” Pour récupérer une commande de quatre millions de masques, prête depuis samedi, la Région Paca a donc "finalement décidé de passer par le biais de Ceva, la filiale logistique de la CMA-CGM", une compagnie maritime d'affrètement française basés à Marseille, a expliqué Renaud Muselier. "Au moins, je suis sûr que personne ne va me les acheter sur le tarmac. Normalement, ils sont sur la route vers l'aéroport. Mais je reste d'une prudence de Sioux, c'est un parcours du combattant incroyable" d'un point de vue logistique, a-t-il constaté.

LA PRODUCTION REPART

Deux millions de masques chirurgicaux commandés par la région Grand Est à la Chine ont été livrés dans la nuit de mardi à mercredi à l'aéroport de Bâle-Mulhouse. Jean Rottner, lui-même médecin urgentiste, a commandé au total cinq millions de masques, financés par le budget de la région. Le Grand Est a été la première région à recevoir sa propre commande de masques passée en complément des commandes nationales. Emmanuel Macron, critiqué pour le manque de masques auquel doit faire face la France, a notamment promis mardi "l'indépendance pleine et entière" d'ici à la fin de l'année pour cette production, lors d'une visite dans une usine de fabrication en Anjou.

Une nouvelle encourageante à ce titre : l’entreprise familiale française Segetex-EIF, qui fabrique des masques de protection sanitaire de type FFP2 destinés prioritairement au personnel médical, produit à nouveau à plein régime en Chine."Nous avons redémarré la semaine dernière l’activité de notre usine de Wuhan", capitale de la province chinoise du Hubei, et foyer de la pandémie, a indiqué la direction. Grâce à cette unité de production asiatique, Segetex-EIF est traditionnellement l'un des principaux fournisseurs de masques chirurgicaux dans l’Hexagone, où il a notamment le marché de l’AP-HP.

INCIDENT DIPLOMATIQUE

Cette production devrait soulager la France, qui a frôlé l’incident diplomatique avec la Suède début mars, comme le révélait L’Express ce mercredi. Dans sa course à l'échalote pour mettre la main sur des masques, l'Etat a en effet réquisitionné le 5 mars un stock de quatre millions de masques appartenant à l’entreprise suédoise Mölnlycke.

Or, la moitié de ces masques, stockés dans une plateforme logistique de Lyon, devait être redirigée ensuite vers l’Espagne et l’Italie, pays durement touchés par la propagation du coronavirus. Après la décision prise par le gouvernement le 3 mars de réquisitionner tous les stocks disponibles sur le territoire, Mölnlycke a sollicité l’aide du gouvernement suédois. Après deux semaines, le Secrétariat général de la Défense et de la Sécurité nationale (SGDSN) a finalement accepté de céder la moitié des masques à l’Italie et à l’Espagne.

En représailles, les futures importations de masques de Mölnlycke se feront désormais via des ports belge et suédois, avant d’être envoyés par avion en Espagne et en Italie. "Ce sera plus cher mais, au moins, nous éviterons les saisies arbitraires pratiquées dans l'Hexagone", explique un représentant de l'entreprise Mölnlycke à L’Express. A moins que les Américains viennent aussi les acheter sur le tarmac..."

14 mars 2020

Manning livre, Rui Pinto preso

"Juíz dos EUA ordena a libertação de Chelsea Manning, que revelou os documentos à WikiLeaks", notícia dos jornais.

Isto na América trumpiana!  Mas no Portugal "socialista", Rui Pinto, o homem que descobriu e prestou um enorme serviço ao país e à democracia ao descobrir e revelar as actividades ilícitas do mundo do futebol nacional, esse, está a ferros, prisioneiro dos lóbis criminosos que capturam e corrompem altas figuras da justiça e do Estado português.

 

 

28 février 2020

jOSÉ Sá Fernandes e os corruptos

Entrevista in jornal digital OBSERVADOR:

"Bragaparques. “O corruptor lançou várias granadas contra mim, falharam todas o alvo”

O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem deu-lhe razão na queixa que apresentou contra Portugal no chamado caso Bragaparques. No centro do caso está a denúncia que fez na Justiça sobre a tentativa de corrupção do seu irmão José Sá Fernandes por parte do empresário Domingos Névoa. Esta decisão atesta como é difícil o combate à corrupção em Portugal?

- Estou de acordo. Este processo que durou 14 anos é muito eloquente por duas razões. Por um lado, porque foi possível demonstrar por uma única vez como quem é visado por uma ação de corrupção ao nível político pode denunciar essa corrupção e demonstrá-la de forma inequívoca. Ficou tudo gravado. Tenho muito orgulho, é o ato cívico mais importante da minha vida. Mas também é eloquente porque demonstra a que é que se sujeita quem denuncia a corrupção. Não é uma coisa específica deste senhor da Bragaparques nem de Portugal, é uma coisa internacional. Os corruptores quando são apanhados não hesitam em recorrer a tudo para abater quem os denuncia, para os aniquilar. Senti nestes 14 anos como foi dirigida contra mim uma bateria de ações, de processos, queixas na Ordem dos Advogados, ações crime por difamação. Em todas elas demonstrei aquilo que era evidente: aquilo era uma ação de corrupção que devia ser denunciada. E em todas elas eu contei com os juízes portugueses a meu lado, no sentido em que defenderam o que estava certo.

Apesar de a Lei não lhe dar poderes especiais enquanto denunciante…

Sim, mas reconheciam os factos. Mais de 20 juízes envolvidos. O corruptor lançou várias granadas contra mim, falharam todas o alvo. Mas aconteceu que, após ter sido absolvido em primeira instância do crime de gravação ilícita, o recurso foi parar a dois juízes, Almeida Cabral e Rui Rangel, que fizeram um acórdão verdadeiramente infame.

Quando Domingos Névoa o contactou para tentar corromper o seu irmão, gravou a conversa nesse seu primeiro encontro.

Gravei, gravei. Agarrei na gravação — não fiquei com cópia dela — entreguei no dia seguinte ao Ministério Público e foi com base nela que se desenvolveu o processo. Depois os juízes Almeida Cabral e Rui Rangel entenderam que o direito à palavra do corruptor era superior ao meu direito a defender-me. Essa primeira conversa era muito importante porque demonstrava que ele é que me tinha contactado — e não o contrário, que era aquilo que ele procurava dizer durante o processo. Fui condenado pelo crime de gravação ilícita por ter ajudado a justiça a apanhar um corruptor. Ontem, finalmente, foi-me dada razão e foi sublinhado que eu não tinha tido direito a uma justiça equitativa dos juízes Almeida Cabral e Rui Rangel. O que me deixou naturalmente feliz e satisfeito.

"Fui condenado pelo crime de gravação ilícita por ter ajudado a justiça a apanhar um corruptor. Ontem finalmente foi-me dada razão: foi sublinhado que eu não tinha tido direito a uma justiça equitativa dos juizes Almeida Cabral e Rui Rangel. O que me deixou naturalmente feliz e satisfeito."
Ricardo Sá Fernandes

O juiz desembargador Rui Rangel é o principal arguido da Operação Lex. Neste caso também se investiga a ação do ex-presidente da Relação de Lisboa, Vaz das Neves, por alegadamente ter desvirtuado os sorteios de juízes e a ação de mais cinco desembargadores… A Relação de Lisboa está a ser posta em causa na Operação Lex?

O processo está ainda em fase de inquérito e acho que todas as pessoas têm direito à defesa e à presunção de inocência, como é sabido. Agora, se os factos que têm vindo a lume são verdadeiros, nós estamos perante uma situação gravíssima. É absolutamente imperioso que haja um apuramento destes factos no processo e o Conselho Superior da Magistratura deve fazer uma auditoria muito rigorosa à forma como se fazem as distribuições nos tribunais superiores. Há muitas histórias, muitos zunzuns — agora há suspeitas mais concretizadas, mas ainda não comprovadas. Pôr em causa a distribuição dos processos e o principio do juiz natural, admitir que há juízes que podem ser escolhidos para determinados casos em favor de determinada pessoa, se isso for verdade e se isso se comprovar, é de uma enorme gravidade. Por aquilo que tem vindo a lume, tendo-se replicado em mais que uma situação, significa que o sistema não funciona. Precisa de ser revisto com coragem e com determinação. É preciso acabar com as distribuições manuais.

Ou seja, quando o sistema informático não funciona…

É preciso ver como é que essas distribuições manuais são feitas e se não é possível eliminá-las de vez. O princípio de o juiz natural é absolutamente basilar do Estado de Direito e neste momento está sob suspeita. Espero que no processo se investigue tudo, todas as consequências, doa a quem doer. Sublinho mais uma vez: a grande maioria dos juízes são pessoas sérias, que defendem os cidadãos e os seus direitos. Mas basta que haja um, dois, três, quatro ou cinco que subsistam para poder contaminar a confiança que a justiça deve ter na magistratura.

 "admitir que há juízes que podem ser escolhidos para determinados casos em favor de determinada pessoa, se isso for verdade e se isso se comprovar, é de uma enorme gravidade"

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Ficou surpreendido com a pena disciplinar aplicada pelo Conselho Superior da Magistratura a Rui Rangel e à sua ex-mulher Fátima Galante antes sequer de a acusação ter sido deduzida?

Não conheço as situações concretas nem os termos pelos quais, do ponto vista disciplinar, o juiz Rangel e a juíza Fátima Galante foram avaliados disciplinarmente. São duas coisas diferentes. A ideia de que o processo disciplinar tem que estar a aguardar o processo crime não tem, a meu ver, fundamento na lei nem é necessário. Há determinados comportamentos que podem não ter valoração criminal, mas têm valoração disciplinar."

7 février 2020

A Procuradoria G. da Republica e qovernança socialista

O dia mais negro da magistratura

Para quem tinha dúvidas, percebe-se agora muito bem a razão de Joana Marques Vidal ter sido corrida do cargo de PGR. 

"Qualquer pessoa que tenha o mínimo conhecimento da justiça portuguesa e que não seja fanática politicamente sabe perfeitamente que um dos períodos mais negros do Ministério Público ocorreu durante o consulado de José Sócrates, quando Pinto Monteiro era procurador-geral da República, e Noronha Nascimento presidente do Supremo Tribunal de Justiça.

Mas se dúvidas existissem, eis o que disse, ao Expresso, António Ventinhas, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público: “É o regresso ao tempo do dr. Pinto Monteiro e das decisões secretas e inexplicáveis”.

Porquê? “Porque de futuro não se saberá se quem assina as peças processuais é efetivamente o autor ou um superior hierárquico, na sombra, a dar ordens no processo, sem qualquer conhecimento dos juízes ou dos advogados. É gravíssimo”.

Ventinhas refere-se ao parecer que o conselho consultivo da PGR fez a pedido de Lucília Gago, a atual procuradora-geral da República, sobre se os magistrados devem ou não obediência aos superiores hierárquicos, mesmo que discordem das ordens destes.

“Este parecer revoga o que foi definido pela anterior PGR, é o fim da magistratura como a conhecemos até agora”, acrescentou Ventinhas ao semanário. E o que diz o parecer? “A subordinação hierárquica dos magistrados do Ministério Público foi consagrada na Constituição da República Portuguesa logo em 1976 (...) A autonomia interna, isto é, a margem de autonomia decisória de cada magistrado não foi expressamente consagrada na Constituição”. Brilhante.

Para quem tinha dúvidas, percebe-se agora muito bem a razão de Joana Marques Vidal ter sido corrida do cargo de PGR.

Para Rui Cardoso, ex-presidente do sindicato do MP, não há mesmo dúvidas: “Ontem, 04.02.2020, foi o dia mais negro da história democrática do Ministério Público português: morreu como magistratura. Nasceu uma verdadeira autocracia, com um nível de hierarquia que nem na administração pública existe. Todos os agentes do Ministério Público (que não mais podem ser chamados magistrados) são apenas uma longa mão da vontade do/a Procurador/a-Geral da República”, escreveu no Facebook. 

E mais ninguém diz nada? Será que Rui Rio concorda com este parecer? E o resto da oposição? 

Vítor Rainho06/02/2020
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