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30 septembre 2013

Autárquicas

Exemplar o repúdio evidente dos eleitores - daqueles que decidiram votar e de certa forma dos que marcaram o seu desgosto por via da enorme abstensão registada - descontentamente no que respeita à infame manipulação da lei da limitação de mandatos promovida por parte de algumas forças partidárias com relêvo para o PSD.

E assim, alguns dos salta-pocinhas, sinistras e dinossáuricas figuras associadas às suas claques e financiadores que instigaram tal adulteração e depois de terem esgotado o seu prazo de validade se apresentaram a votos em municípios vizinhos aos que anteriormente geriram, sobretudo os mais notórios, acabam de receber o correctivo adequado ao serem retumbantemente derrotados. Entre estes o mais populista  de todos, Luis Filipe Menezes, outrora alcaide de Gaia e que deixou o município de rastos com uma dívida descomunal, e fez de novo uma campanha miseravelmente rasca para tentar guindar-se à presidência da Câmara do Porto, foi desfeiteado, e bem, na mesa do voto. Exactamente pelo mesmo povo que pretendeu, sem qualquer escrúpulo e mesmo inteligência, iludir. Igualmente foi reprovada a sua pesada herança em Gaia ao impedirem os cidadãos da outra banda do Douro a eleição do candidato do PSD. Onde o aldrabão deputado do PSD de Viana, Carlos Abreu Amorim, insólito paraquedista candidato ao cargo gaiense, foi merecidamente rejeitado e exposto ao ridículo. Diz agora que não assumirá a função de vereador. Bela coerência política. O indíviduo ou regressa à profissão escolar ou volta para a deputação na Assembleia em Lisboa. Como deputado PSD de Viana. Que bem ele nos vai representar este herói de Gaia.

Identicamente, Fernando Seara - após ter concluído em Sintra o ciclo legal como autarca -, veio disputar a autarquia lisbonense contra o espírito e objectivo da mencionada lei e foi, por sua vez, desfeiteado nas urnas. É de notar que os cartazes que tinha distribuído pela capital alcançavam os níveis mais ignobelmente demagógicos que seria possível imaginar. 

Já em Oeiras, Moita Flores, o escalabitano, também a tentar fintar a legislação, foi objecto de humilhante castigo. Aqui, hélas, a favor de um ex-correligionário, o sr. Vistas. Este, o braço direito de Isaltino Morais, o criminoso político que, da cadeia onde purga a pena a que foi condenado, e mesmo assim,  a coberto de leis estrategicamente ambíguas, o insígne bandidote municipal teimou integrar o nome no topo da lista candidata à Assembleia Municipal  do mesmo concelho... Pois este Vistas, dizia, o seu mais directo jagunço, no discurso de vitória entusiasmou os seus apoiantes presentes, canina clique, a aplaudirem o vigarista político preso na Carregueira. E ao qual, emocionado e em transe, manifestou o Vistas uma inteira e sentida saudade. Que os restantes fiéis, numa reacção pavloviana, corresponderam freneticamente. Assim também vai o país... com a mancha negra da máfia oeirense, isto é toda a vasta malha de protegidos do hábil e mafioso "ex-autarca modelo" e ex-ministro das obras públicas do PSD, ainda com capacidade de se manter a dominar o concelho.

Muito interessante politicamente a vitória de Rui Moreira no Porto. Aqui por desafiar a lógica partidarista que monopoliza o poder em Portugal. Isto, apesar do apoio que congregou entre alguns nomes partidariamente poderosos. E que o sr. Paulo Portas, o inenarrável egolatra com alma socratista que este Verão causou gravissimos danos à credibilidade externa do país, veio tentar chamar também a si e reclamar uma parcela desse êxito. Mas  o voto que recolheu Rui Moreira, mau grado estes e outros senões, expressou no essencial o desejo dos portuenses em pôr um travão ao domínio e infectas trapalhices dos grandes partidos. E pelo país inteiro, no mesmo sentido, outros eleitores procederam do mesmo modo. Com também muitos oportunistas e ressentidos dissidentes partidários a imporem a sua suspeita e inconveniente presença na direcção de diferentes concelhos.

Porém, num cômputo geral, a hegemonia do bloco central, como era de esperar, permaneceu. Com o PS na dianteira como expressão do desagrado que a política de austeridade imposta ao país pela troika, via PSD, inevitavelmente provoca. Embora, paradoxalmente, o PS  com o seu anterior líder, J. Sócrates, tenha sido o principal causador da situação de miséria cívico-política e, dia a dia, cada vez mais sócio-política, em que todos, uns dramaticcamente, outros com dificuldades acrescidas, vamos vivendo. Situação que facilitou ainda ao PCP, via CDU, uma espectacular subida no somatório das câmaras recuperadas ou conquistadas.

A saudar, em contrapartida, por fim, a lição que o eleitorado madeirense começou a infligir ao esbanjador da riqueza do país, o truculento, hiperpopulista e autoritário, e também incorrigível chantagista político Alberto João Jardimo, o líder do PSD da Madeira. Uma saudação, pois, que é devida muito em particular aos simpatizantes, militantes e eleitores socialistas deste oriental  arquipélago atlântico de Portugal que trabalharam afincadamente para abrir este primeiro grande rombo na "ditadura" populista e jardinista.

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