Europa
António Barreto escreve no DN: " ... As medidas anunciadas pelo governo francês, sobre a nacionalidade de muitos imigrantes islâmicos e seus descendentes e sobre o financiamento das mesquitas, constituem exemplos do que é indispensável fazer, mas que, ao mesmo tempo, nos confrange. Ainda por cima, são medidas insuficientes. Depois de um período longo em que a democracia europeia não soube ou não quis defender-se, nem prevenir com energia e sem contemplação, a Europa prepara-se para uma inevitável campanha punitiva em larga escala, com a qual o espírito europeu se perderá. As autoridades democráticas europeias tiveram até agora receio da sua própria força e da sua razão. Deixaram-se aprisionar pelas esquerdas covardes que não se importaram de alimentar as direitas xenófobas. Esta Europa está hoje quase incapaz de reagir ou conter o terrorismo. Se a Europa reage em força, como deveria ser, muda a sua história e o seu destino e nós perdemos. Se a Europa não reage, acaba com a sua história, muda de destino e nós perdemos.
Estamos condenados a um estranho futuro: uma Europa onde, para evitar o inferno, vamos ter de viver com o diabo!"