Londres: a violência em estado puro

No  imaginário do terrorismo islamista que atormenta o mundo ocidental, um momento absolutamente inédito deixou ontem os usuários das redes digitais estupefactos perante o que lhes era dado ver em Londres. Ainda com as mãos ensanguentadas que seguravam dois cutelos, o assassino de um jovem militar deixava-se filmar em vídeo por um transeunte ali presente na cena do crime. O mesmo, o olhar esgazeado, desorbitado, e a exibir macabramente os seus instrumentos de morte, face a uma incrivelmente corajosa londinense que ali também se encontrava e o interpelava, vociferava a mensagem justificativa do acto. E expunha o propósito de prosseguir, com os seus companheiros islamistas, uma jihad sangrenta em território britânico.

O anonimato, por costume destes fanáticos suicidas inimigos jurados do Ocidente, só era quebrado post-mortem. Por via de mensagens previamente gravadas e destinadas a enaltecer o atentado e marcar o seu registo no martiriológio do Islão integrista. Desta vez, numa insólita atitude, era a perturbante reportagem do epílogo de uma sanguinária proeza de dois terroristas, ali obtida inesperadamente ainda o sangue não coagulara nas maõs dos algozes, que irrompia nos écrans de meio mundo com a sua carga inaudita de ódio e violência.

Depois de Boston, de Madrid, de Londres e de Nova Iorque, o desgoverno propiciado por uma absurda e igualmente criminosa globalização, vai também facilitando a movida assassina dos inúmeros bandos de guerrilheiros instalados por todo o espaço ocidental e sobretudo europeu. Onde gozam, como qualquer pacífico cidadão, das liberdades que tanto desprezam e aproveitam para executar a suas  hediondas missões.