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23 mai 2013

Portugal - de saída ?

A vozearia das oposições perante o acrescido descontentamento de diferentes camadas da população portuguesa, com relêvo para a castigada classe média - e em especial para os funcionários públicos e os pensionistas - não cessa igualmente de agigantar-se. Tanto mais que se agravam as fissuras abertas no eleitorado dos partidos no poder - PSD e CDS/PP. E assim, para as oposições internas e os comentadores afins a estas formações políticas, a ocasião tornou-se identicamente propícia a uma forte dissonância crítica em relação aos rumos da governação. Sobretudo por que a dolorosa 7ª fatia dos empréstimos internacionais que nos vão sustentando e alimentam a máquina exaurida do Estado, fez tremer o sistema político e anunciou do mesmo passo tempos muito incertos e muito periclitantes financeiramente para todos.


E no plano externo, é ainda a França, o segundo pilar da UE, desiludida com a "milagreira" solução "hollandiana" e o seu "socialismo" agora em rodopio socialo-capitalista que abre fendas...Tal como o núcleo duro merkleano que da fortaleza governativa berlinense e do Bundestag vai regendo os destinos do Euro, e assim da própria Europa eurolândica, parece por fim consciente da ineficácia económica e financeira do seu modelo draconiano de reduzir a despesa dos países sob assistência financeira. E daí uma sensível alteração das suas posições maximalistas quanto aos programas de austeridade que vão, mês a mês, ano após ano, asfixiando as economias moribundas da periferia meridional da União. Ora antes das legislativas germânicas do Outono a incerteza vai manter-se.
Poderá o euro aguentar um Verão mais à espera desse desfecho eleitoral? Eis  a a instante questão.

Acabará a Alemanha por decidir abandonar o euro? Ou a Alemanha e os seus seguidores do Norte europeu,em conjunto, deixarão cair Chipre, a Grécia e logo, muito provavelmente, Portugal?

Ora com este negro cenário, o derrube do actual governo e de Passos Coelho, seria um presente de oiro para essa opinião do Norte. A qual, no seu íntimo, eleitorados e governos, não aguarda outra coisa para se libertar de uma vez por todas desta "tralha sulista", senão de um acréscimo de confusão política. E sobretudo a emergência de governos que possam ser vistos como frentes de esquerda. E depois quem nos valerá? Os mercados?...

Ora por cá, para a extrema-esquerda e a sua lógica política radical, o lema é sempre, é quanto pior melhor.  Porém,
a agitação neste contexto europeu, vinda de um PS responsável e mais ainda dos PSDs e CDSs/PPs convertidos em elementos de perturbação, só pode ser tida como sintoma da desmedida ambição politiqueira e a qualquer preço dos seus protagonistas! Que o país corra o tremendo risco de ser expulso ou convidado a negociar uma saída controlada do euro - uma e outra alternativa de imprevisíveis e calamitosas consequências -, é pois um risco menor para essa gente. O que conta é a sua révanche política, a sua apetência pelo poder, o seu pathos doentio de dominação antepondo-se ao bem geral. A "troika que se lixe", pensam e proclamam em uníssono. E assim, subentende-se, o país que se lixe.

A ser incontornável esta saída, que seja. Todavia, será apenas um mal menor, se enquadrada e penitenciada por quem gizou, com imprudente radicalismo, o equilíbrio das contas públicas de países excessivamente viciados na bagunça orçamental, no privilégio de classe e na corupção. E entregues ainda a uma justiça bandeada com os poderes e os grupos dominantes. Ou seja, uma saída prudente sob controlo continuado de  países associados a regras mínimas de governação rigorosa e dispostos a oferecer os meios técnicos, diplomáticos e financeiros que rectifiquem as mais violentas medidas que impuseram com mão excessivamente pesada e dogmática.

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