Bons sinais

Que a Grécia, visando a integração na UE, falsificou as contas é sabido. Mas que nos últimos três anos, depois de décadas de esbanjamento irresponsável e de se ter abeirado do abismo da bancarrota, e agora sob apertada assistência financeira internacional, tenha continuado a mentir, é uma estranha e esclarecedora atitude.

E dai não espantar que o ministro das Finanças alemão insista em distinguir a situação grega e a portuguesa. E tambem que aos portugueses, generosamente, tenha acenado com o manto protector de Angela, a sua tutora e chanceler das duas Alemanhas. De uma Alemanha reunificada, mas seguramente moldada ainda por um imagináriopolítico ainda mal definido.

Pronta, no quadro europeu, a dar abrigo a quem arrepie caminho e se empenhe, com suor, lágrimas e algum sangue (na testa dos homens e mulheres das forças da segurança), no saneamento das suas contas. Como Portugal. Servil situação. Mas após termos deixado à solta, anos a fio, o bando de politiqueiros subjugado ao aventureirismo político e aos obscuros negócios de J. Sócrates, o anterior 1º ministro, é o que merecemos. E é que também não se vislumbra outra saída.