Eurorealismo
François Hollande, circunspecto, resistindo inteligentemente à vertigem federalista que a Alemanha e muitos incautos, de modo imberbe, por razões obviamente contraditórias, se têm apressado a defender, prefere por seu lado a construção de uma Europa que reforce os seus laços embora escalonando-se em distintos níveis de integração.
Ora países como a França, a Itália e a Espanha, para não falar sequer do Reino Unido, só por cegueira absoluta poderiam cair em posições políticas apressadas e voluntaristas ignorando as particularidades de cada um, como as singularidades históricas dos restantes membros e candidatos à União. Em resumo, tudo indica que a Europa a várias velocidades, e um euro de valor diferenciado, será a fórmula a avançar para dominar a crise. Ou antes, para o directório dos grandes se defender das mutualizações a que aspiram os países dotados de economias mais frágeis e também suspeitos de escasso rigor na aplicação da riqueza e sobretudo do cumprimento da lei.
Não sairemos do euro, mas talvez possamos ocupar um lugar na segunda divisão da U.E. Juntamente com a Grécia, a Irlanda, Chipre, entre outros,.e um euro de segunda na algibeira (a 30, a 40 % inferior à cotação do euro dos grandes?).