Sujos silêncios

Que a chapa de silêncio que pesa sobre as línguas de dezenas de milhar de militantes socialistas  - todos dotados de mentes superdotadas, todos capazes de se pronunciarem sobre tudo o que mexe no mundo sublunar e nos demais mundos, águias reais detectando a mais ínfima toupeira nas profundezas da terra ou o mais volúvel neutrino a cirandar no âmago do átomo mais instável -, é uma chapa tão pesada que nos deixa perplexos sempre que se impõe interrogar e avaliar as malfeitorias do seu antigo líder, o famigerado recluso 44.

Pela mais leve suspeita de infracção verbal, pecadilho ou acto inconveniente de um adversário político, estes esclarecidos cidadãos removem céu e terra, lançam no ar os mais assertivos juízos e impropérios. Mas quanto à nefanda figura que idolatraram e ao que parece ainda veneram, nada. NADA. Silêncio total. É isto que têm pois a "comunicar" aos eleitores e concidadãos que sempre aliciaram e continuam a aliciar para integrarem as suas fileiras e subscreverem as suas propostas eleitorais.

Pode assim, amanhã, o mais justo tribunal apresentar uma montanha de provas irrefutáveis dos crimes cometidos pelo bando socratista que as suas bocas irão permanecer mudas, enfaixadas como múmias, ou então, como já acontece, vão desatar-se a injuriar o tribunal e os seus juízes.

Conexamente a esta cobarde atitude dos socialistas, o sagaz comentador do jornal Publico, J.M.Tavares, o brilhante delfim de VPV, colocou hoje a questão que se impõe há já bastante tempo. Ou seja, quanto à Faculdade de Direito de Lisboa, a respeitabilíssima instituição académica, o famoso berço de tantas figuras da alta roda governativa e presidencial, não terá ela nada a dizer aos portugueses? Aos portugueses que a financiam, e isto a propósito dos serviços já assumidos, mas serviços venais e intelectualmente mafiosos, de um importante membro do seu corpo docente? Parceiro portanto nas mega-burlas literárias e académicas do dito prisioneiro 44 ao aceitar ser estipendiado na função de nègre - autor oculto - dos textos que surgem assinados pelo analfabeto em teoria política e trafulha de alto gabarito J. Sócrates?