Máfias e romarias ps-transtaganas

Cada dia que passa a imprensa vai desvelando mais um lote de malfeitorias de pesado gabarito assacado ao gangue mafioso tutelado por José Sócrates, o politicão que sequestrou o governo de Portugal ao longo de nefastos anos para se servir e servir os seus associados.

Ora perante a massa em crescendo de dados coligidos pelas autoridades que têm a cargo o processo que a situação impunha e lhe foi movido, os círculos e figuras mais proeminentes do Partido Socialista, salvo conhecidas e honrosas excepções contadas pelos dedos de uma mão, continuam a manter um cerrado e olímpico silêncio relativamente aos danos gravissimos da responsabilidade de tal máfia, como se a questão nada tivesse a ver com eles. São aliás os mesmos que aplaudiram freneticamente Sócrates até ao último instante em que deteve o poder, e sempre o defenderam e legitimaram, e a quem concederam assim um inequívoco suporte político e pessoal. Nada têm pois a dizer aos seus concidadãos, agora que o seu herói se acha atrás das grades de uma prisão de delito comum, medida repetidamente confirmada por distintas e altas instâncias judiciais.

Ou seja, os mesmos que se apressam, habitualmente, a partir do rumor de uma ligeira falta do adversário, a pedir para este o cárcere, o desterro, a expropriação dos bens e a cabeça ... Porém, no que respeita ao recluso de Évora, a esse visitam-no e apaparicam-no. Levam-lhe jornais e tabaco, literatura filosófica e flores, pondo ainda o  pescoço no cepo pela sua honestíssima probidade. Soares à cabeça e ao que dizem igualmente Costa lá terá ido de samarra e bordão de peregrino prestar as homenagens ao impoluto "engenheiro" ao serviço da Lena, a empresa que lhe verteu nas sôfregas algibeiras, em nome do seu dilecto comparsa Santos Silva, largos milhões de euros.