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27 novembre 2014

A Cabala, uma teoria rediviva

 

Para quem não conhece o blogue Do Portugal Profundo, leia e medite:

" quarta-feira, 26 de Novembro de 2014  Estratégia da Cabala - Parte II



No processo Casa Pia, em maio de 2003, o Partido Socialista e a Maçonaria usaram a estratégia da cabala
. Essa estratégia consistia na denúncia de que as imputações de abusos sexuais de crianças eram absolutamente falsas, que as vítimas não eram as quarenta crianças orfãs de esfíncteres rasgados, mas os políticos e famosos, e de que existia uma espécie de golpe de Estado judicial contra o regime democrático. O tiro de partido foi a filtragem pelos socialistas para a SIC de que um juiz, Rui Teixeira, iria entregar no Parlamento um pedido de levantamento da imunidade parlamentar de Paulo Pedroso para que este fosse detido por alegados abusos sexuais de meninos. A estratégia da cabala baseava-se na strategia della tensione. Quando esta não resultou suficiente, ainda tentaram, sem sucesso, uma comissão de verdade e de reconciliação (ao modo da África do Sul) com o previsível corolário de poupar à prisão pedófilos que confessassem. No fim, viram-se forçados à habitual alteração da lei, com a redução de n abusos sobre a mesma criança a um só crime continuado.


Portanto, a Estratégia da Cabala - Parte II, a executar pelo PS e Maçonaria para proteger Sócrates e o sistema, terá o seguinte enredo:
  1. Denúncia de uma cabala da magistratura contra o Partido Socialista e o Estado de direito democrático. Isso implica vitimizar os vilões, desviando o debate da substância dos alegados crimes para dois fenómenos: a cobertura mediática, que eles próprios provocam ao filtrar informação para os média sobre locais e horas; para a questão marginal da forma da detenção, da medida de coação aplicada (prisão preventiva) e dos fundamentos da prisão preventiva, e do segredo de justiça que é violado descaradamente pelo lado da defesa. É uma campanha, orquestrada e ensurdecedora, protagonizada por figuras formalmente independentes, mas ligadas ao Partido Socialista: Marinho e Pinto e seus sucessores na Ordem dos Advogados, o advogado Magalhães e Silva, para simular uma unanimidade numa suposta indignação.
  2. Silenciamento dos primeiros elos (como lhe chamava Sciascia): o alegado testa-de-ferro de Sócrates, Carlos Manuel Santos Silva, e do motorista João Perna, aplicando-lhe o tratamento Charles Smith, e ainda do advogado Gonçalo Ferreira. Ainda que a pena de 17 anos e meio aplicada a Manuel Godinho no processo Face Oculta esteja a a assustar os colaboradores. Em casos do género é vulgar, quando algum servente quebra, retomar o seu controlo com promessas e entrega de sinal para a conta de algum familiar, utilizando uma tática salgada. Mas a entrega em mala tornou-se muito perigosa...
  3. Manobra sobre os juízes do Tribunal da Relação de Lisboa, que vão receber o recurso da larga defesa de José Sócrates (provavelmente do escritório de Proença de Carvalho...) para que libertem rapidamente José Sócrates da prisão preventiva, recusando os motivos invocados pelo juiz Carlos Alexandre. Veja-se Sócrates até foi a Paris e regressou, demonstrando que queria voltar...
  4. Alteração da lei para garantir a impunidade dos arguidos.

A diferença de agora face a 2003 é de que são empenhadas na queixa de cabala, personagens aparentemente independentes. Com efeito, desde António Costa - «Pá, talvez o teu irmão seja altura de procurar o [procurador João] Guerra» (21-3-2003, até Ferro Rodrigues, «Estou-me cagando para o segredo de justiça», até ao ex-ministro mais próximo colaborador de Sócrates,Vieira da Silva, as ligações perigosas são muitas.

Mas a falta de vergonha dos envolvidos nesta estratégia, políticos, editores dos média e opinadores, é a de sempre: lembraria a alguém nos EUA, em vez de discutirem os crimes de Bernard Madoff passarem a discutir a cobertura televisiva ou os motivos da sua prisão preventiva?... Neste caso, importa perguntar sistematicamente: o problema são os 20 milhões de alegadas luvas que o primeiro-ministro Sócrates terá alegadamente recebido ou a cobertura mediática do caso?


Limitação de responsabilidade (disclaimer): José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, Carlos Manuel Santos Silva, detidos preventivamente por indícios de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada, João Perna, detido preventtivamente por indícios de branqueamento de capitais e fraude fiscal, e Gonçalo Ferreira, indiciado por branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada, todos arguidos na Operação Marquês, gozam do direito constitucional à presunção de inocência até ao trânsito em julgado de eventual sentença condenatória. As demais entidades referidas nas notícias dos média, que comento, não são suspeitas ou arguidas do cometimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade.
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