OFFSHORE LEAKS

A famigerada SLN, a proprietária do BPN, o banco que entrou em pré-falência por força das burlas colossais levadas a cabo por um grupo de antigos ministros, deputados e diferente clientela do PSD, com uns elementos do PS pelo meio, continua "na maior". Com efeito, o referido banco foi escandalosamente salvo pelo governo de José Sócrates que enterrou em tal operação mais de 4 000 milhões de euros , isto é, mais de 800 milhões de contos !!!- saídos, é claro, do bolso dos contribuintes.Mas a SLN seguiu em frente...

Pois bem, sabe-se agora que o maestro da quadrilha, Oliveira Costa e os restantes comparsas (um Dias Loureiro, etc) continuam placidamente a gerir a fortuna da referida SLN - hotéis, condomínios de luxo, hospitais, clínicas médicas, investimentos em cimenteiras e em empresas petrolíferas, conforme especifica a revista Visão. Ficando pois à margem, na base de artimanhas jurídicas, das responsabilidades que lhes cabem no que respeita ao saneamento financeiro do dito banco. Para não falar das responsabilidades a nível penal!!! Nos EUA toda essa banda de delinquentes da alta finança já estariam entre grelhas.Como é possível então semelhante impunidade?

Será o conluio da intersindical mafiosa dos partidos do centro governativo, intermediados pelo polvo das maçonarias, que cozinhou essa desavergonhada solução pondo a salvo os bens da SLN e deixando cair num pântano nauseabundo os processos judiciais que a megaburla obrigatoriamente implica?

Entretanto, o que pensa o actual governo fazer, agora que vai ser possível deslindar a selva mafiosa mundial onde o dinheiro sujo circula de offshore em offshore, de paraíso fiscal em paraíso fiscal, furtando-se ao controlo dos estados soberanos?

É que um grupo de 86 jornalistas de 46 países envolvendo jornais como Le Monde, Guardian, Washington Post e outros, meteu mãos à obra. Numa minuciosa e difícil investigação conjunta ao longo de muitos meses, detectou 120.000 entidades fabricadas expressamente para dissimular a origem desse dinheiro contrabandeado. E reuniu até agora 2.500 milhões de ficheiros com dados que permitem chegar aos nomes de quem depositou dinheiros nesses esconderijos.

E já começam a saltar para a 1ª página dos jornais alguns nomes sonantes que recorreram à evasão fiscal ou esconderam aí valores de proveniência suspeita e criminosa. Será assim, mobilizando equipas de jornalistas portugueses independentes, finalmente possível reconhecer as pistas dos milhões das máfias nacionais e os nomes e saldos da contas de indivíduos como os Costa, Loureiros e Domingos duartesLimas entre muitos outros vigaristas de alto coturno?