Caso BPN, um sinal que assusta

A magnitude da burla que levou o BPN ao colapso lesou gravemente o país e pôs a nu a vera imagem de certas elites político-empresariais. Sobretudo de gente com grande protagonismo no interior do PSD implicada directamente nas actividades mafiosas daquele banco.

Não podem por isso os portugueses deixar de estar atentos a tudo o que respeita o andamento do processo judicial movido contra os responsáveis dessa actividade de alta criminalidade e tudo ao que a estes diz respeito. Até por que, é de temer que tal processo, deficientemente conduzido ou simplesmente manipulado por poderosos grupos de interesses, políticos ou outros,venha a soterrar mais ainda de opróbio a justiça portuguesa já tão desfigurada. Exige-se por conseguinte a todos os cidadãos uma activa vigilância. 

E assim, só podemos saudar a enérgica postura dos partidos da esquerda relativamente à designação de um ex-quadro desse mesmo banco para o cargo de secretário de Estado do actual governo. Que barbaridade de nomeação!

Por mais correcta que tenha sido, na fase de inquérito público, a colaboração de Franklin Alves no deslaçar da tenebrosa trama do criminoso bando de delinquentes, é também certo que, ele próprio, de algum modo, se envolveu, por lentidão em alertar as autoridades,na ocultação do que havia descoberto. E o grupo dirigente do banco, num pacto de silêncio, mantinha sob a mais pesada das sombras.

Pelo que, a sua nomeação para um cargo de tão elevada responsabilidade política só pode ser lida como o anúncio, ou primeiro passo, de um branqueamento progressivo do bando criminoso por parte dos seus antigos correligionários. GRAVISSIMO!