Fundações
Começam finalmente os portugueses a tomar conhecimento das escandalosas condições de que gozam múltiplas Fundações. Somas insultosamente vultuosas que, sem os contribuints saberem, são regularmente vertidas na conta de instituições com uma suspeitissima utilidade pública. Mas, em geral, com grande proveito para os seus criadores e admnistradores. Estes, frequentemente retribuídos por escassas, misteriosas ou nulas funções, com mensalidades que superam por vezes as do 1º ministro e de outros grandes funcionários do Estado, mas sempre altíssimas e acumuladas com outras retribuições em particular as auferidas na sua principal actividade profissional.
Gente, pois, que nem um segundo medita sobre a malfeitoria que representa para o país a situação que aceitaram, procuraram ou mesmo negociaram na sombra, e na base de entendimentos complacentes ou corruptos com responsáveis políticos no poder.
Como entender pois esta mafiosa realidade envolta num manto de falsa sofisticação cultural ou de fumosas e muito dúbias actividades assistenciais?
Escandalosas maneiras, é claro, de evitar o fisco e de retirar ainda satisfações simbólicas. Prestígio aparentemente sólido e merecido, mas afinal uma traficância entre políticos e oportunistas de diferente origem. É claro, isto é possível, num país em que aquele que dispõe de meio olho, ou mesmo de um quarto de vista, é rei.
Os palermas que todos, cá por baixo, somos, vamos seguramente continuar a pagar e a tolerar esta linha de pilhagem dos recursos públicos, como tantas outras.